Profª Mª Mislene Cabriotti
A velha contrabandista
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava
pela fronteira montada na lambreta, com um bruta saco atrás da lambreta. O
pessoal da alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da alfândega
mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
– Escuta aqui vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí
atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que
ela adquiria no odontólogo, e respondeu:
– É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a
velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal
esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha
que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia
atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com
areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte,
quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra
vez. Perguntou o que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uaí! O
fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a
velhinha e, todas as vezes o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
– Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com quarenta anos de serviço.
Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a
senhora é contrabandista.
– Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando
o fiscal propôs:
– Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não
apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o
contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
– O senhor promete que não “espaia”? – quis saber a velhinha.
– Juro – respondeu o fiscal.
– É lambreta.
Stanislaw Ponte Preta. Dois amigos e um chato. 2º Edição – São
Paulo. Moderna, 2008. P.49-50.
1)| Sabemos que o sujeito simples é aquele que possui apenas um núcleo. Todas as alternativas, exceto uma não possui este tipo de sujeito, assinale a resposta correta.
a) O senhor promete que não “espaia”?
b) Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar.
c) Perguntou o que ela levava no saco
d)– Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com quarenta anos de serviço.
e) Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
2) O sujeito oculto ou desinencial é aquele que não se encontra na oração, entretanto, o reconhecemos pela desinência do verbo. Indique um trecho do texto em que presenciamos este tipo de sujeito.
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3) Indetermine o sujeito das orações. Siga o exemplo:
Perguntou o que ela levava no saco (…)
Perguntaram o que ela levava no saco.
a) Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. _________________________________________
b) Manjo essa coisa de contrabando pra burro. _____________________________________________
c) Durante um mês seguido o fiscal interceptou a
velhinha (…) ____________________________________________________________________
d) começou a desconfiar da velhinha. ____________________________________________________
4) Verbos que indicam Fenômenos da Natureza, verbo Haver com sentido de Existir e FAZER indicando tempo transcorrido (passado), correspondem a sujeito inexistente.
Observe os exemplos:
Choveu bastante na fazendo ontem.
Há muitos alunos nesta sala de aula. Neste caso, o verbo haver tem o sentido de existir, observe: Existem muitos alunos nesta sala de aula.
Faz três anos que saí do Ensino Médio.
Agora, selecione uma das três formas apresentadas que indica que o sujeito é inexistente. Pode ser com fenômeno da natureza, com o verbo haver com sentido de existir, ou com o verbo fazer indicando tempo transcorrido e crie uma oração em haja sujeito inexistente. Apenas uma delas.
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5) Transforme a oração que possui sujeito simples em uma oração com sujeito composto.
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam (…)
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